Coluna Repórter Tempo
Um fato chamou atenção durante o dramático processo que desaguou na prisão do ex-presidente Lula da Silva. O ex-presidente José Sarney (MDB), que manteve – e continua mantendo, agora de maneira menos intensa – relações de amizade com o líder petista, deu algumas declarações tímidas lamentando a situação do colega durante os dias que antecederam a sua prisão, e embarcou para Nova Iorque (EUA) exatamente na semana em que houve o desfecho, não tendo mais se manifestado. Por sua vez, o deputado federal Sarney Filho, que, vale lembrar, nunca teve relação próxima com Lula – foi ministro de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Michel Temer (MDB) –, se manifestou sobre o assunto em nota publicada na edição do fim de semana jornal O Estado do Maranhão. Na nota, Sarney Filho se manifesta amistosamente, “lamentando” os acontecimentos e destacando que Lula é “amigo do Maranhão”. Mas o que surpreendeu mesmo foi o silêncio da ex-governadora Roseana Sarney, que foi muito apoiada por Lula da Silva, que a nomeou líder do seu Governo no Congresso Nacional, e que em 2006, quando candidato à reeleição, entrou de cabeça na campanha dela para o Governo do Estado, primeiro obrigando, na marra, o PT a romper com o PDT e se aliar ao PMDB no Maranhão, e depois dar inúmeras declarações de apoio à candidatura dela. A participação do então presidente petista foi tão intensa que ele chegou ao extremo de, num comício em Timon, um dos últimos da campanha daquela disputa, pedir “pelo Amor de Deus” que os maranhenses elegessem Roseana Sarney. Jackson Lago, porém, venceu a disputa numa eleição histórica.