Blog do Antônio Martins
Você consegue imaginar que é possível uma pessoa ficar milionário sem ganhar na Mega-Sena? Pois, isso aconteceu no município de Bom Jardim. Lá, um homem conhecido por Robson de Araújo Varão, de 41 anos, possui uma fortuna secreta em nome de familiares e laranjas. Carros de luxo, jet skis, casas em condomínio de alto padrão, fazendas, terrenos, dentre outros estão na lista de bens do patrimônio milionário desse ‘sortudo’ que, mesmo sem ter ganhando algum prêmio em loterias, conseguiu enricar.
Suspeito de enriquecimento ilícito, Robson Varão precisará explicar à Receita Federal como fez para acumular um patrimônio equivalente a R$ 10 milhões apenas com um salario de ‘servidor fantasma’ da Assembleia no valor de R$ 16 mil. Ele tem endereços vinculados em São Luís, Bom Jardim e Jijoca de Jericoacoara, no Ceará.
A principal suspeita é de que ele possa comandar um esquema de agiotagem que desvia verba pública de prefeituras pelo interior do Estado. O caso só veio à tona depois que a Justiça decidiu afastar até o final do mandato eletivo em 31 de dezembro de 2016, a prefeita da cidade de Bom Jardim, Malrinete Gralhada (PMDB), por atos de improbidade administrativa.
O blog teve acesso a uma farta documentação que comprova a ligação da prefeita afastada com o suspeito de enriquecimento ilícito. Depois que Gralhada assumiu a Prefeitura de Bom Jardim, os dois estreitaram laços de amizade e tornaram-se quase sócios naquela administração pública. Varão virou uma espécie de ‘coadmistrador’ da Prefeitura e faturou alto na gestão da amiga.
Nessa parceria, ambos conseguiram desviar recursos públicos através de contratos com a empresa J. de B. A. Varão cujo nome de fantasia é Auto Posto Varão. De acordo com informações obtidas pelo blog, no período em que Malrinete Gralhada esteve à frente da Prefeitura, a empresa da família de Robson Varão recebeu mais de R$ 6 milhões só com combustível. O último contrato foi firmado em janeiro deste ano, conforme extratos de contratos em anexo.
CONTRATOS PARA ‘QUITAR’ DÉBITOS
O esquema de desvio de dinheiro público e apropriação do patrimônio imobiliário municipal também alcançaram outros municípios como Turilândia, Igarapé do Meio e Maracaçumé, cidades onde empresas com endereços fantasmas e sem lastro patrimonial e financeiro estão faturando como ‘prestadoras de serviços’. Todas elas, segundo apurou o blog, são ligadas a familiares ou laranjas de Robson Varão.
Uma das suspeitas que começou a ser levantada por integrantes da oposição destas cidades é a de que o agiota estaria recebendo o pagamento de supostos empréstimos feito aos prefeitos, por meio de contratos com os municípios que estes gestores administram. Os fortes indícios de agiotagem nestas prefeituras seguem documentados, cabendo ao Ministério Público e à Polícia Civil robustecerem o conjunto probatório – o que não é difícil – para promoção das necessárias medidas judiciais.
O QUE DIZ A CONSTITUIÇÃO?
Proibida pela Constituição Federal e crime tipificado em lei, a agiotagem prospera sem que as autoridades consigam combatê-la de maneira eficaz. Fáceis de encontrar, os agiotas estão por toda parte no interior do Maranhão, bancam campanhas politicas e possuem “tentáculos” dentro de repartições públicas.
MAIS DENÚNCIAS
Nos próximos dias, o blog vai trazer mais denúncias do esquema de agiotagem envolvendo Robson Varão. Vamos mostrar como a família sempre atua para ter um representante na Câmara de Bom Jardim para poder conseguir manter seu lastro na administração pública daquela cidade. Além disso, vamos revelar quem são os políticos suspeitos de ligação com o suposto chefe da organização e a irmã do suspeito que também está nomeada como ‘servidora fantasma’ da Assembleia, reforçando a tese de que o agiota também estaria recebendo o pagamento de empréstimos feitos a um (a) deputado (a), diretamente do departamento financeiro do Parlamento Estadual. Aguardem!