“Nunca mais o Flávio me chamou pra nada”, diz Zé Reinaldo

Blog do Juraci Filho
zé-reinaldoO deputado federal, José Reinaldo Tavares (PSB) foi o entrevistado do programa ‘Roda Viva’ da Rádio Educadora AM, 560 Khz, nesta segunda-feria (27) apresentado pelo jornalista Juraci Filho. O ex-governador, falou de sua atuação parlamentar e comentou, entre outras coisas, o voto que deu no impeachment da presidenta Dilma e a relação com o governador Flávio Dino (PC doB).

Zé Reinado disse que tem um projeto, já apresentado, para que o gás natural de Capinzal do Norte, não tenha destino, como queria o ex-Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão não seja distribuído por Belém-PA, e sim, passe pelo Porto do Itaqui, gerando renda, através de impostos.

– O Lobão, queria que o gás de Capinzal do Norte, saísse por Belém, projeto que não tem sentido… Eu já apresentei uma proposta para que esse gás natural, venha para o Porto do Itaqui, e daqui, seja distribuído gerando impostos, que ficarão no Maranhão e não no Pará, disse o deputado federal.

O parlamentar ressaltou que fez um pedido para que uma unidade do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica – ITA seja instalado em São Luís. “Tenho convicção que será instalada uma escola do ITA aqui, falei com o ministro, e ele virá à São Luís, nos próximos meses anunciar. Conheci toda a estrutura em São Paulo, e vai ser ótimo para a Educação do nosso Estado, que está precisando muito de melhoria”.

Sobre o polêmico voto na votação do Impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), José Reinaldo Tavares, afirmou que jamais poderia votar diferente – ele votou pelo afastamento de Dilma, e por isso, contrariou o governador Flávio Dino. Segundo Tavares, Flávio Dino havia dito aos aliados da petista que Zé Reinado era um voto certo, ou seja, contra o impeachment.

– Eu mandei um zap para o Flávio (Dino), tenho até hoje guardado, explicando porque não votaria a favor de Dilma, falei os motivos, mas ele já havia assegurado a ela (Dilma) que eu votaria a favor dela… Eu jamais poderia fazer isso, por isso, fiz questão de dizer, para que não dissessem que ele não havia me pedido, que apesar de ter conversado com o governador Flávio Dino, votaria pelo impeachment, e pedi desculpas a ele – só que ele não entendeu, argumentou Zé Reinaldo.

O ex-governador revelou que depois do polêmico voto, a favor do impeachment, nunca mais o governador Flávio Dino, o chamou para nada. Um sinal claro de estremecimento ou rompimento mesmo.

– Depois do voto que dei, pelo impeachment de Dilma, nunca mais o Flávio, me chamou pra nada, não me liga, a gente não conversa, a não ser nos encontros de bancada com o governo, fora isso, mais nada – revelou.

Zé Reinaldo também falou sobre a situação do seu partido, o PSB para as eleições municipais. E, ventilou uma possibilidade da Executiva Nacional, homologar uma candidatura própria em São Luís, e citou a pré-candidatura do deputado estadual, Bira do Pindaré.

– Ora, existe uma resolução baixada pela Executiva Nacional, de dezembro do ano passado, falando sobre candidatura própria, se temos um candidato em potencial, porque vamos apoiar outro, de outro partido e coligação? Isso não existe, o Bira foi desautorizado aqui, mas tenho a certeza que a Direção Nacional do PSB vai homologar sua candidatura, vamos esperar, adiantou.

Outro tema abordado, durante a entrevista à Rádio Educadora, foram as escutas telefônicas envolvendo líderes do PMDB. Entre as quais, surgiu um diálogo do ex-presidente Sarney com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Tavares disse não acreditar.

– Eu não acredito nisso, durante muitos anos conheço o Sarney, e ele nunca pediu nada pra mim. Não acredito, que tenha pedido nada ao Sérgio Machado, afirmou José Reinaldo Tavares.

Esses foram alguns dos pontos da entrevista, concedida pelo ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, que não acredita na possibilidade do presidente Michel Temer (PMDB) cumprir o acordo costurado com o PSDB, a respeito do fim da releição, para que assumisse a República interinamente.

– O Temer (presidente) não será candidato, houve na verdade, você tem razão, esse acordo, no entanto, não acredito que vá cumprir,pois ele tem apoio de muitos governadores, e por essa questão, entendo que não levará adiante o fim da reeleição, finalizou