O deputado Dr. Yglésio (PDT) rebateu o proselitismo de Adriano Sarney (PV), durante a sessão de ontem, na Assembleia Legislativa, ao citar um caso prático ocorrido quando ele era diretor do Hospital Socorrão I, em São Luís. O neto de José Sarney tentava afirmar que a saúde do Maranhão era melhor quando sua tia Roseana era governadora.
“Não custa nada lembrar que, em 2013, eu era o diretor do Socorrão I em São Luís, e as UPAS naquela época não recebiam pacientes do município. Por exemplo, se ia para o Socorrão, ele não tinha direito de chegar à UPA. O sistema de saúde estadual, na época comandado pelo Ricardo Murad, tinha uma aberração, um anacronismo, que era muito maranhense”, disse o pedetista.
O parlamentar, que é médico, afirmou que era um sistema de saúde estadual que fazia urgência e não se comunicava com o município. “E a gente não sabia como isso aí funcionava. O fato é que é muito mais tranquilo você dar uma suposta qualidade quando você faz uma triagem de atendimento. E isso é fato”, apontou.
Durante a sua fala, Yglésio também desmentiu um dado dito por Adriano, de que Roseana Sarney teria entregado 50 hospitais quando foi governadora.
“Foram implantados, segundo ele, cinquenta hospitais. Nessa conta, eu lembro claramente porque eu já fiz há uns quatro ou cinco anos atrás um estudo a respeito disso, colocaram lá como hospital o Pan Diamante, colocaram toda a reforma de unidade do Estado menor. Não foi propriamente cinquenta novos hospitais”, rebateu Yglésio.
O deputado do PDT pediu a Adriano a lista dos 50 hospitais citados por ele, “sem qualquer cinismo ou coisa parecida, na verdade em uma maneira bem republicana mesmo, a relação dos hospitais. E não tem nenhum sarcasmo nessa minha afirmação, não. É para receber, porque eu lembro bem que não eram cinquenta hospitais”.
Conhecedor do sistema público de saúde, Yglésio ainda classificou como irresponsável a forma em que foram construídos os hospitais no programa Saúde é Vida, de Roseana Sarney.
“Não tem sentido você colocar hospitais tão perto um do outro com cidades ali distantes com tão pouco. E hospitais que não têm financiamento, porque não adianta você colocar no mundo se você não tem condições de fazer o sustento do hospital em longo prazo. Então a gente tem que ter responsabilidade”, afirmou.
Após as palavras de Yglésio, Adriano Sarney silenciou sem saber o que responder.