Nascida de um zum-zum de palanque, candidatura de Pedro Lucas não resistiu dois dias

 


Pedro Lucas: candidatura efêmera, decisão sensata

Não durou mais que dois dias, com uma longa noite no meio, o zum-zum que incluiu deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB) na corrida à Prefeitura de São Luís. A “pré-candidatura” foi inventada na manhã de sábado, num palanque em São José de Ribamar, onde a cúpula do PTB e líderes de outros partidos, lançavam a candidatura do prefeito Eudes Sampaio à reeleição. Durante o empolgado discurso do deputado em apoio ao projeto do prefeito petebista, alguém sugeriu, numa conversa paralela, que Pedro Lucas Fernandes poderia ser candidato a prefeito de São Luís. E na conversa foram lembradas credenciais que fazem dele um nome talhado para o cargo: é ludovicense da gema, pertence a uma família de políticos com larga vivência na cidade, seu pai (o atual suplente de senador Pedro Fernandes) foi vereador por vários mandatos e secretário de Obras da Capital, seu tio (Manoel Ribeiro) foi vereador por vários mandatos, presidiu a Câmara várias vezes e foi prefeito por alguns dias, e ele próprio foi vereador e comandou a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano antes de se eleger deputado federal.

Como um rastilho de pólvora, o zum-zum deixou o palanque de São José de Ribamar, correu no meio político, alcançou rapidamente a blogosfera e as colunas de jornais, mas com a mesma rapidez perdeu força. O deputado Pedro Lucas Fernandes, é claro, gostou imensamente de ter sido lembrado, ensaiou um movimento do tipo “vou pensar no assunto”, mas a verdade é que não está nos seus planos ser candidato a prefeito de São Luís neste momento. Primeiro porque, além de presidir o PTB no Maranhão, ele acabou de ser reeleito líder da bancada do PTB na Câmara Federal, posição que o mantém, agora com mais força, no altíssimo clero da Câmara Federal, com meios para projetar seu futuro político com mais cuidado e consistência. Não seria, portanto, por um impulso causado por uma conversa de palanque que ele dividiria a liderança do PTB com uma desgastante e imprevisível guerra pela Prefeitura de São Luís. Daí não surpreender que o zum-zum tenha perdido força tão rapidamente. (Da coluna Repórter)