O deputado Rogério Cafeteira (DEM), líder do governo na Assembleia, rebateu da tribuna, na sessão desta segunda-feira (23), as críticas da oposição quanto ao documento supostamente emitido por comandantes da Polícia Militar do interior do estado.
Inicialmente, o líder do governo relatou como se deu o fato. “Dia 6 de abril, o tenente-coronel Emerson Costa, ex-chefe do Comando Maior do Policiamento do Interior, supostamente enviou um e-mail para Barra do Corda. Enfatizo supostamente porque ele nega ser o autor desse e-mail. E, detalhe, apesar do nome pomposo de Chefe do Estado Maior do Policiamento do Interior, o tenente-coronel Emerson Costa é subordinado do comandante do Policiamento do Interior, coronel Zózimo Paulino da Silva Neto. Aqui a gente já percebe que é armação porque militar só cumpre ordem, que não existe essa questão de um subalterno tomar iniciativa”, relatou.
Cafeteira esclareceu que “não foi o tenente-coronel Emerson que recebeu o e-mail e sim o major Antônio Marcos da Silva Lima, que redigiu um memorando, pegou a assinatura eletrônica do coronel e assim enviou para todas as regionais. Dia 19 de abril, coincidentemente, surge no histórico do Instagram do deputado Sousa Neto (PRP) um ofício com as supostas determinações do Comando da Polícia Militar, para monitoramento de pessoas do interior”.
“Como o deputado Sousa Neto conseguiu essa informação? ”, questionou. “Todos os envolvidos nessa armação, todos, são da cozinha do ex-secretário Ricardo Murad. O tenente-coronel Emerson foi ajudante de ordem do coronel Ivaldo, muito próximo do deputado Ricardo e candidato a deputado estadual pelo PMN”, argumentou.
Apartes
Em resposta e aparte, Sousa Neto disse que recebeu o ofício do jornal Estadão, perguntando a veracidade, e que circulou nacionalmente. “Esses oficiais, que já foram até exonerados, são todos de confiança do Governo do Estado do Maranhão. Temos que abrir uma CPI para apurar se, de fato, foi uma assinatura indevida e criminosa”, defendeu.
O deputado Alexandre Almeida (PSDB), em aparte, inquiriu Rogério Cafeteira se ele admitia haver um monitoramento, por parte do Governo, das pessoas de oposição.
“Não existe e nem nunca existiu intenção de monitorar quem quer que seja. Em períodos pré-eleitorais é feito, junto com a Justiça Eleitoral, um estudo estatístico para ver a quantidade de eleitores e zonas eleitorais, para que se defina os municípios e seus respectivos contingentes de segurança. É isso a que se refere a nota emitida pelo Comando da Polícia Militar”, esclareceu Rogério Cafeiteira.
Outro aspecto destacado pelo líder do governo para, segundo ele, “esclarecer a armação”, foram as promoções por merecimento do tenente-coronel Emerson. “Mesmo não tendo nenhuma função de rua, foi promovido duas vezes. Quem é militar sabe que isso não é comum na corporação. Sua última promoção foi dia 29 de dezembro de 2014, no apagar das luzes do governo Roseana. Ele foi de capitão a major e, depois, de major a tenente-coronel, ambas por merecimento”.
Para Rogério Cafeteira, talvez a ânsia de atingir o governador Flávio Dino (PCdoB) tenha acelerado demais o processo, que, para ele, já está parecendo uma espécie de tentativa de golpe. “Primeiro se elabora um documento falso, se encaminha para comandos do interior do Estado. A posteriori, por meio de um aliado, se dá publicidade, e aí sai no Fantástico. Uma matéria extremamente tendenciosa, onde não se vê equilíbrio entre acusação e defesa. E, agora, surpreendentemente, logo depois de veiculada a matéria, se faz um pedido de intervenção federal no Maranhão, no que diz respeito às eleições. Essa é mais uma tentativa de se gerar um fato político. Já tentaram transformar uma tragédia familiar num assassinato”, ressaltou.
Providência tomadas pelo Governo do Estado
De acordo com Rogério Cafeteira, o Governo do Estado tomou todas as providências legais para que esse caso seja apurado, no tempo de 30 dias. “O Ministério Público Eleitoral já se colocou, também, no desejo de fazer e espero que o faça da forma mais célere e transparente possível. Espero que, realmente, esses casos sejam elucidados de forma bastante eficaz, para que a gente tenha total transparência no que ocorreu”, complementou.
Finalmente, o líder do governo afirmou que “polícia não é polícia de governo, mas polícia de Estado, que é para cumprir medidas de segurança. O governo não poderia se omitir nessa questão. O governo teria que dizer que aquilo jamais foi cumprido e não foi, diga-se de passagem. A oposição não terá minha colaboração para que se coloque um palanque eleitoral dentro da Assembleia”.