Do jeito que está, o PT não sobreviverá a Lula e a Dilma

Ricardo Noblat

Não é só o governo que definha sem saber como enfrentar as crises que afligem o país e sem autoridade política para impor eventuais soluções.

O PT definha tanto ou mais. E isso é mais grave para o partido do que o simples esgotamento do governo que ajudou a eleger, e onde detém uma dezena de ministérios.

Governos passam. Em um país com larga experiência democrática, os partidos ficam. Ou se transformam.

O PT foi um sucesso antes de acelerar ladeira abaixo. Nenhum partido entre nós governou mais de 12 anos seguidos como ele.

Começou a cair quando preferiu negar o inegável – que escolhera a corrupção como meio para governar.

Até hoje, Lula, o criador do PT e seu principal líder, se recusa a admitir que o mensalão existiu.

Pediu desculpas por ele na televisão. Afirmou que fora traído pelos que o inventaram. Nunca deu o nome dos traidores.

A queda acelerada do PT coincidiu com o ano da reeleição de Dilma.

A descoberta da roubalheira na Petrobras mostrou que o PT jamais abriu mão da corrupção como meio de governar.

Para escapar da suspeita de que roubara ou deixara que roubassem, Dilma jogou no colo de Lula a compra explosiva da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Foi o recomeço do pesadelo do PT que parece ainda longe do fim.

Dilma traiu um projeto de poder compartilhado por ela e que a beneficiou pessoalmente.

Nada tem de pura como faz questão de parecer. Apenas largou de mão os companheiros quando a lama ameaçou afoga-la.

O que será do PT depois que Dilma e Lula submergirem?

Existirá Justiça capaz de punir dois ex-presidentes e poupar um partido que foi comprovadamente financiado por dinheiro sujo?