A vida oferece oportunidades raras. Em certos momentos, a pessoa precisa tomar decisões definitivas, que sinalizam quem você quer ser. Dilma Rousseff vive um desses momentos. Ao tomar posse, disse que o lema do seu segundo mandato seria “Pátria Educadora”. Depois, nomeou Cid Gomes para o Ministério da Educação. O humorista Bussunda revirou-se no túmulo: “Fala sééééééério!”
Pois bem. Cid deixou a Esplanada. Morreu pela boca, como se diz. Classificou o condomínio governista como um bando de 300 ou 400 achacadores. Língua e dedo em riste, acusou Eduardo Cunha de achacar. Se ficasse no ministério, o presidente da Câmara desligaria o governo Dilma da tomada, sabotando-lhe as iniciativas.
Nesta quinta-feira, Dilma falou sobre a substituição de Cid Gomes. Disse o seguinte: “Vou escolher a pessoa boa para educação. Não a pessoa desse ou daquele partido.” O presidente do Senado, Renan Calheiros também tratou do assunto. Perguntaram-lhe se o PMDB indicaria um nome. E ele:
“O PMDB, no presidencialismo, ele não pode pleitear nada. A presidente, quando entende que é importante a participação do partido em alguma pasta, a presidente convida. Mas é preciso que nós tenhamos presente a lógica do presidencialismo.” Traduzindo: Renan espera ser consultado por Dilma.
Essa não é uma escolha qualquer. O acaso conspirou para dar uma segunda oportunidade a Dilma. Se ela escolher “a pessoa boa para a Educação”, talvez ouça alguns aplausos em meio a tantas vaias. Se concluir que “é importante a participação do partido” de Renan, as panelas vão soar.
Logo, logo o país vai saber quem Dilma decidiu ser.